terça-feira, 10 de julho de 2007

Gritter no DNA

A minha avó paterna é muito gramurosa.
Ela tem 90 anos e, no calor, dá uma entradinha na piscina todo-santo-dia.
Ela nunca teve grana mas, na velhice, foi morar na casa deveras confortável de um tio meu, em Campinas. E virou madama.
Mas o gramur vem desde antes. Minha mãe me contou de um hábito das antigas que prova que vovó transpira grítter.
Nos almoços de domingo de mais de 35 anos atrás, quando os netos eram poucos e as noras, recentes, minha avó tinha um programa certo para depois da sobremesa. Ela pegava a minha mãe – a nora que ainda não tinha dado netos – e ia visitar os plantões das imobiliárias dos jardans. Isso mesmo: ela chegava para os corretores e dizia queria visitar apartamentos de alto padrão. Minha mãe, que nunca foi dada a gramurices, relata que ficava meio sem jeito, e que quem dominava a cena era a avó Gaby. E lá iam elas visitar apartamentos decorados. Minha avó opinava sobre o imóvel, perguntava preço, condições de pagamento, tudo como se fosse uma potencial cliente.

Meu finado avô é que não gostava nadinha, dizia que ela sonhava demais.

Mas a vovó só atendia um chamado da natureza, ela, que tem gritter de verdade no nome: Gabriela Gritti Galembeck.

3 comentários:

Anônimo disse...

que fofura de avó

Carol disse...

Gente, uma matriarca do gramur e grítter! Fofa!

Anônimo disse...

minhas avós morreram quando eu era muito pequena. a materna devia ser uma fonte inesgotável de gramur e grítter. isso porque ensinou as NOVE filhas que só saíssem do quarto quando já estivessem montadas.

tá, ela não deve ter usado bem essas palavras, mas deu certo. mãe e tias são bem disciplinadas no grítter.

mas o ensinamento mais purpurina dela é "cada um faz como quer". assim mesmo, meio japa.