Escrevi esse texto há quatro anos. A babá mudou e a filha pequena também (até o blog é outro), mas o pesadelo continua. Leiam e sintam-se avisadas. Porque hoje, sério, eu sai com Clarice calçando um protótipo de "rasteirinha".
Tenho uma filha de uma ano e meio. A princípio, não precisaria de uma camiseta mothern com os dizeres "não fui eu que escolhi" para explicar o modelito semi brega da criança. Afinal, sou eu quem compro as roupas dela. E breguice, pensei, é o tipo de problema que acomete as mães de meninas maiores. Segundo me disseram, depois de uma certa idade elas ficam obcecadas pelo "rosa, a cor suprema". Fora os vestidos de babados, combinações exdrúxulas e sapatos de plástico fedorentos assinados por gente como Xuxa, Sandy, Rouge e outras aberrações da indústria cultural.
Minha filha não conhece nada disso. E, por enquanto, não se importa com o que veste. O pai dela, por sua vez, tem um senso estético bem apurado para um homem. Como explicar, então, que Cecília foi vista ontem, acompanhada pelos pais nun hipermercado da cidade, usando calça florida em vermelho e laranja, camiseta branca de mangas azuis com desenho roxo e tênis azul e vermelho? Como, meu deus, essa menina já foi flagrada vestindo calça de moleton e sapato preto de verniz do tipo "de boneca"? Quem, em sã consciêcia, colocou uma tiara rosa de lacinho num bebê que nem tinha cabelo?
A BABÁ, ORAS! Ótima, ela gosta da Cecília e atura atrasos, entre outras qualidades. Mas tem péssimo gosto para moda. Todos os dias, quando chego em casa, me convenço que o investimento feito em roupinhas bacanas tem sido em vão. Ela nunca usa juntas as peças de um conjunto. Tem predileção pelas roupas e sapatos que a menina ganhou e a mãe não gostou. E, não sei como, consegue deixar a Cecília parecida com um protótipo de dançarina do funk.
Como isso foi acontecer comigo??? Logo eu, que apesar de não ser referência no mundinho fashion, dou o maior duro para manter um certo estilo. Que me orgulho de ter usado, antes de ser moda, as principais tendências para o próximo verão??? É muito castigo...
É por isso que aviso aos navegantes: ao verem minha filha vestida com roupas estranhas, não me julguem. Digam apenas que ela tem olhos lindos e cachinhos encantadores. Que fala certinho para a idade e tem jeito de ser esperta. Lembrem-se, enfim, da minha camiseta mothern imaginária. Afinal, eu aceito todo tipo de críticas. Podem dizer que escrevo mal, que só penso asneiras e faço um monte de gente perder tempo com minhas baboseiras. Critiquem até minha saliente barriga que insiste em aparecer sobre o cós da calça. Mas não façam comentários infames sobre o estilo brega involuntário do meu bebezinho. A isso, eu não vou resistir!
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2 comentários:
Entendo o problema.
Uma vez li na Nova a carta de uma mulher perguntava: "A babá está ensinando hinos evangélicos à minha filha, e somos de outra religião. O que faço?"
Uma amiga, que sempre fez a filha ouvir somente músicas infantis de boa qualidade, como a A Arca de Noé, do Vinícius de Moraes, um dia chegou em casa e a babá foi logo dizendo: "coloquei Xuxa pra ela ouvir e ela adorou." Minha amiga ficou inconformada.
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