segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Briga de gigantes

Questão de exclusividade
As donas das duas mais chiques butiques da cidade se estranharam na última semana. Natalie Klein, da NK Store, publicou comunicado num jornal avisando sua clientela de que é a única autorizada a comercializar a grife Marc Jacobs em São Paulo, depois que Eliana Tranchesi, da Daslu, colocou à venda cerca de 200 vestidos, blusas e outras peças da marca. A seguir, elas comentam o caso.

Eliana Tranchesi: ' Vou fazer o quê? Jogar a mercadoria no rio? '


Por que se desentenderam? Para mim, não é uma briga. Ela resolveu que não posso vender uma mercadoria que é minha.

A NK não tem exclusividade com a Marc Jacobs? Comprei a mercadoria antes de eles fecharem o negócio. A importação demorou, o que é normal. Não assinei nada que me proibisse de vender os produtos. Enquanto meu estoque não terminar, a exclusividade não vale. Quando (as grifes) Blumarine e Chloé vieram para a Daslu, a NK ainda tinha peças à venda. Jamais fiz nota pública ou pensei em entrar na Justiça. Sou solidária com a classe varejista.

Natalie disse que as peças estão sendo vendidas com preço cheio e que a praxe seria liquidá-las, por serem de coleção passada. Ela não tem gestão sobre meus preços. Se eu quiser, vendo por 1 milhão de reais. Vou fazer o quê? Jogar a mercadoria no rio? Não tenho por que tirar das araras.

Natalie Klein: ' Preciso zelar pela marca que represento '

Por que se desentenderam?
A Marc Jacobs mandou a mercadoria dela e a minha na mesma época. Por algum motivo, que não vou ser indelicada de falar, a da Daslu chegou com um ano de atraso.

Você se refere aos problemas da Daslu com a Receita? Não vou falar. Tenho um enorme respeito pela Eliana. Não quero comprar briga, mas sou obrigada a zelar pela marca que represento.

Tentou resolver amigavelmente? Súper. Um dos advogados dela prometeu parar de vender, mas não o fez. Publiquei a notificação no jornal por orientação da Marc Jacobs. Nem entrei com processo na
Justiça. Só quero que retirem as peças da loja.

Eliana afirma que não assinou nada que a impeça de comercializar os produtos.
Pode ser que ela não tenha lido o contrato. Mas consta lá que a venda só poderia ser feita por determinado período.


Via: Veja SP