Acabo de voltar do Sesc Pompéia (sempre um bom lugar para achar shows bons e baratos), onde fui ver
Wander Wildner e sus Comancheros lançarem "La Cancion Inesperada". WW, como sabem os que o conhecem, já provou há tempos que não é apenas mais uma
carinha bonita no cenário do rock nacional. Sua mistura de brega, punk, música gaúcha e portuñol é bastante divertida, ele é uma figura carismática e bagaceira. Ali no fim da década de 90, começo do século 21, assisti a uma série de shows do cidadão nos mais diversos lugares (do Rio a São Leopoldo) e nas mais diversas condições (de banquinho e violão à banda completa).
Desde então, nunca mais tinha visto Wander no palco. A partir do que vi quinta à noite, fiquei com a impressão de que ele parou no tempo, lá naquela fase do fim dos anos 90, começo do século 21. A maior parte das músicas do show são velhas de guerra ("Empregada", "Bebendo Vinho", "Eu Tenho uma Camiseta Escrita Eu te Amo" etc.), ainda que algumas estejam com seus andamentos modificados - com resultados mistos, aliás ("Sandina", por exemplo, ficou bem pior, "Hippie-punk-rajneesh" ficou bem melhor). O show continua divertido, o público gosta, canta junto, mas o que o sustenta são as velhas canções e covers variadas (e equivocadas, como a de "Amigo Punk", da Graforréia, aparentemente o primeiro single do novo disco). O Wander que produzia pérolas aos quilos, entre "Baladas Sangrentas" (1995) e "Eu Sou Feio... Mas Sou Bonito" (2001), aparentemente ficou lá pra atrás.
Fotos: Rochele Costi/Divulgação