Os feios são os melhores (por 02 Neurônio)
A GENTE sempre soube que os feios eram os melhores. Quer dizer, nem sempre. Quando tínhamos 13 anos ficamos, como todas as meninas da sala, apaixonadas por aquele garoto lindo que jogava basquete.
Mas uma hora começamos a conversar com os feios e aí descobrimos que eles nem eram feios, só não eram loiros e fortões. O melhor: muitos sabiam tocar violão, amavam The Cure e Sex Pistols e liam livros incríveis. Resumindo: eles eram mais legais, mais apaixonantes e poderiam se apaixonar pela gente.
Mas demorou todo esse tempo para que os cientistas americanos descobrissem essa verdade óbvia. E lá foram os ianques todos felizes divulgar que os
feios eram
melhores maridos.
Basicamente, eles concluíram que os casamentos mais felizes são aqueles em que os homens eram menos bonitos que as mulheres. Mas, o que esperar de um cientista americano que leva anos estudando um tema tão óbvio como esse?
O que eles não sabem é que existem vários tipos de feios:
Dave, o feio da raveEsse cara anda tão montado, que, quando o vemos, achamos que ele é lindo. Ele está de boné, com uns óculos ótimos, com um casaco ótimo. São várias camadas de roupas. E, quando ele as tira, percebemos que não era nenhum "adônis".
Nicolau, o feio intelectual Ele usa uns óculos comprados em brechó, calça de tiozinho e sapato. E uma mochila cheia de livros bons. Se ele tem um corpão? Sinceramente, não! Vocês já viram algum intelectual malhando? E é por isso mesmo, pelo sedentarismo, que nos apaixonamos por eles!
O punkNão existe punk bonito. Quer dizer, o Sid Vicious era lindo e maravilhoso. Mas, de qualquer maneira, esse cara vai fazer de tudo para se enfear. Mas nada pode ser mais sedutor que uma calça de couro usada por um punk de verdade.
Rodrigo, o metido a mendigoEle poderia comprar roupas dos melhores estilistas, mas prefere se vestir com roupas meio rasgadas e mochilas velhas. Só que ele é incrível, e isso vira um superponto a favor.
Momento de histeriaQuem ama o bonito, feio lhe parece
Fonte: 02 Neurônio (Folhateen/Folha de S. Paulo - 07.04.08)