Exemplo gramur

Dona Rosemary Quadros realizou o sonho de ver a filha Ketleyn medalhista olímpica virar realidade. Na próxima semana, quando voltar para Ceilândia, uma das mais pobres cidades-satélite do Distrito Federal, espera cumprir outro ao lado da judoca.

"Quero que ela desfile em um carro aberto por toda a cidade. Sempre sonhei com isso, sempre falava para todo mundo que minha filha um dia seria importante. E o presidente Lula bem que poderia chamá-la para almoçar. Ela merece", diz ela, que virou alvo das câmeras de TV de todo o mundo com o jeito desesperado de torcer pela filha, durante a competição.

A viagem de Rosemary para Pequim foi uma verdadeira saga. Para conseguir o dinheiro, ela e a amiga Antônia, madrinha de Ketleyn, foram atrás de pequenos comerciantes da cidade. Para completar, deixaram uma caixinha para contribuições de amigos e clientes do salão de cabeleireiro onde a mãe da medalhista trabalha.

Para a torcida em Pequim, as duas trouxeram um arsenal com enfeites nas cores do Brasil, imagens de Santo Antônio e São Jorge, que ficavam o tempo todo nas mãos, cornetas e faixas - uma delas em homenagem a Érika Miranda, judoca cortada pouco antes do início dos Jogos.


Lembranças da Ketleyn menina

Rosemary conta que incentivou a filha a ser nadadora no começo da carreira, mas que ela preferiu o judô. E fala com orgulho e emoção dos problemas que Ketleyn enfrentou no início da carreira.

"O primeiro professor dela, no Sesi de Ceilândia, gostava muito dela. Viu que ela tinha talento. Ela fazia aulas duas vezes por semana, e ele queria que ela fizesse todo dia. Mas eu não tinha dinheiro para pagar todas as aulas. Aí ele falou que faria as outras de graça. Desde lá, ele me disse que eu deveria investir nela", relembra.

Fonte: Globoesporte.com